sobre saudade e escolhas
Vai chegando o fim do ano e a gente vai ficando meio pensativo, né? E quando a gente tá fora de casa vai pensando ainda mais coisas. E eu tenho pensado muito sobre saudade.
Eu viajo de férias para matar a saudade do pai, do irmão, dos primos, da família. Mas é só sair de casa pra outra saudade começar. Saudade da casa, da filha, do amor, da mãe. Foi só sair de férias que eu fiquei com saudade dos amigos do trabalho, das amigas que não encontrei pra confraternizar. Fico até com saudade da academia, do blog, do meu carro. Será que eu sou meio a louca da saudade?
Mas se a gente parar pra pensar, a saudade é um pouco questão de escolha. Claro que isso não inclui a saudade de quem já não pode mais estar perto da gente, mas geralmente é assim. A gente escolhe viajar, escolhe a cidade que vai morar, escolhe o tempo que vai passar fora, escolhe se vai ou se fica. Mesmo que as vezes a gente não tenha muitas opções e a saudade seja uma consequência, nós fazemos escolhas diariamente e nossa vida inteira é fruto delas. Logo, a saudade também.
E acho que encarar a saudade como uma escolha me fez sofrer um pouco menos, afinal, é meio que “tô sentindo porque eu quero”. Não sei se isso funciona com mais gente além de mim, que sou meio que perturbada com a saudade desde sempre, já que sou fruto de uma familia que mora muito longe. Mas se funcionar, eu deixaria essa reflexão para o final do ano. Ver as escolhas que serão feitas, a saudade que será fruto delas e tocar a vida pra frente sendo mais feliz. Mais leve.
Porque saudade é uma coisa que pesa no coração da gente, mas que não pode atrapalhar nossa caminhada.
Então que o fim do ano seja leve, feliz, de boas escolhas e menos saudade pra doer. :)