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dicas do primeiro dia em santiago do chile


Primeiro, isso não é um roteiro de Santiago, nem uma dica de roteiro. São algumas dicas sobre o que eu vivi em Santiago. Antes de ir, eu li muito sobre as cidades que ia visitar, e quando estava lá percebi que rolou uma ansiedade estranha. Muitas das dicas que eu li eram sobre lugares que você “tem que” ir, onde você “não pode deixar” de pisar, primeiro faz isso, depois aquilo, entre uma coisa e outra come aqui. Aí eu percebi que estava terminando “engessando” minha experiência baseada na dos outros. Que loucura, né? Ainda bem que me dei conta disso e fui deixando as coisas mais fluidas. E também ainda bem que aproveitei algumas das dicas e conheci lugares maravilhosos. Então, vamos equilibrar. :)

Ah, em Santiago eu ainda tinha celular, e como ele quebrou na metade da viagem, eu sigo publicando algumas fotos dos destinos no Instagram. Então se quiser seguir vai lá no @terrinha e acompanha pela hashtag #aresdaterra que é onde tô concentrando as fotos da viagem. :)

Do lado esquerdo do avião cordilheira dos andesEu já tinha visto essa dica e na hora de reservar o lugar no avião fui bem certeira: quero sentar na janelinha do lado esquerdo. Eu sempre durmo no avião. O vôo todo. Geralmente começo a dormir com ele ainda em solo, juro. Depois de ter feito RecifeGuarulhos dormindo, tava na hora de GuarulhosSantiago e eu fiquei com medo de não acordar pra ver a Cordilheira dos Andes. Mas eu acordei bem na hora que o piloto tava mandando colocar o cinto e se preparar que podia rolar turbulência, porque íamos sobrevoar os Andes.

Sem exagero: quando eu avistei a Cordilheira comecei a chorar. Foi algo automático. As montanhas apareceram, as lágrimas desceram. Foi bem forte. Não teve turbulência, não teve medo, não teve nada além dessa emoção impressionante. É uma coisa muito grandiosa, que de cima já dá pra ver. Eu sabia que ali ia começar uma relação de amor com essa espinha dorsal da América Latina. E começou. <3

Onde eu fiquei

Em Santiago eu fiquei num Airbnb que tava com um preço legal (R$39 por dia), que era perto de uma estação de metro e, pelo que eu tava pesquisando, tinha uma localização central. Escolhi tudo sozinha no feeling, antes mesmo de saber que seria ciceroneada por Gustavo, que mora na cidade.

Um parênteses sobre Gustavo e sobre o efeito que uma viagem tem nos relacionamentos interpessoais. Eu conheci Gustavo há uns 15 anos na academia do colégio. Nunca fomos amigos, nunca nos falamos além de um “oi oi” nos lugares que a gente frequentava. Temos muitos amigos em comum, frequentamos muitos lugares em comum, mas a vida tem disso. Eis que ele viu no Instagram que eu ia pra Santiago e se ofereceu pra me ajudar enquanto eu tivesse por lá. Um doce. E eu aceitei, claro. E durante esses 6 dias que estive na cidade ele me deu um suporte massa, saímos pra passear, comer, conversar, beber. E em poucos dias nasceu uma amizade que não nasceu em 15 anos. Interessante, né? Eu acho. Por isso (e por outras), obrigada Gustavo! :D

Na noite que cheguei em Santiago, ele foi me encontrar no prédio que eu tava hospedada e já foi logo me dizendo: você está numa localização foda! E repetiu isso enquanto me mostrava um pouco da vizinhança. Estava na boca da estação Baquedano do metro, que é bem central e que tem duas linhas que passam por ela. Estava na colada com a Plaza Italia, que divide a cidade entre a área mais “nobre” e a área mais “pobre”. Estava super perto da Calle Pio Nono e do Barrio Bellavista, um antro de bares, restaurantes e lugares pra dançar. Perto do Barrio Lastarria, lindo, histórico e cultural. Estava perto de padaria, mercadinho, praças, parques. Tudo isso pra fazer andando. Enfim, essa localização é babado mesmo e foi uma mão na roda estar por lá.

Show de Salsa na Maestra Vidamaestra vida

A primeira coisa que eu fiz em Santiago foi sair pra beber com Gustavo. E depois de chegar numa festa de aniversário de uma amiga dele, saímos pra ver um show de salsa no Maestra Vida. Que show arretado! Que banda! Que espaço massa. O lugar respira salsa. Aulas durante o dia, show de noite, tempo de bailar sempre! Encantada. Vale a visita.

Trocar dinheiro

Eu levei Pesos Chilenos suficientes para uns dois dias, e levei dólares pra trocar por lá. É mais negócio levar dólar do que real. No Paseo Ahumada é onde ficam a maioria das casas de câmbio. Desce na estação de metro Universidad de Chile e caminha pela rua e por umas transversais sacando as cotações. Geralmente a primeira casa de câmbio que tem na rua, do lado esquerdo logo depois da saída da estação, tem a melhor cotação. Mas claro que vale a pesquisa. Se ligar em só ir nas que ficam no térreo, que nas que ficam no primeiro andar dizem que rolam uns golpes. E também sempre pedir seu recibo.

Café com pernas

Uma das coisas mais bizarras que eu vi em Santiago foram os tais de “café com pernas“. No Paseo Ahumada tem alguns deles, e pelo que entendi são os mais “compostos”. Faça chuva, frio ou sol, as pessoas vão para esses cafés serem servidos por mulheres de minisaia, mini roupas e grandes saltos. Esses cafés ocupam boa parte das calçadas, então mesmo que você não entre, você vai presenciar a cena das mulheres indo e vindo com os pedidos, e os olhares acompanhando cada pedaço das curvas delas. Me deu logo uma agonia na alma. Triste.

Plaza de Armasplaza de armas de santiago 

Tá rolando pau de selfie sim. #aresdaterra 🌍#santiago #chile

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Eu bem distraída, saí andando pelo Paseo Ahumada, com meu café do Marley Coffee na mão, olhando as árvores, as pessoas, as lojas, e quando eu vi tava de frente pra uma praça linda! Tinha nem sacado mapa, nem gps, nem nada. Tava apenas caminhando. Aí quando cheguei que vi aquela praça toda linda, movimentada, cheguei junto de um guarda e perguntei no meu melhor espanhol “ô moço, que praça é essa, hein?” e ele me respondeu Plaza de Armas com uma cara de quem diz “ela tá falando sério?”.

Pois é, nem tinha me ligado que era mesmo um dos caminhos para a principal praça da cidade. E lá tem um monte de coisa linda pra ver, por dentro e por fora. Vale dar um rolê olhando as árvores, os mapas em placas de bronze no chão que mostram como era Santiago antigamente, a arquitetura dos prédios, as esculturas, as bandinhas que tocam lá de vez em quando, alguns artistas de rua se for mais perto do fim de semana.

Catedral Metropolitana de SantiagoCatedral Metropolitana de Santiago 2catedral metropolitana de santiagoCatedral Metropolitana de Santiago 4Catedral Metropolitana de Santiago 5Catedral Metropolitana de Santiago 3Catedral Metropolitana de Santiago 7Catedral Metropolitana de Santiago 8Catedral Metropolitana de Santiago 6Ela fica na Plaza de Armas e eu fiquei hipnotizada por essa Catedral. Eu, apesar de ser bem ressabiada com o catolicismo na história, sempre gosto de visitar igrejas por onde eu passo. Sua arte, sua história, sua presença sempre me interessa. Mas essa catedral aí bateu forte no tambor. QUE LUGAR LINDO! Quando entrei eu não sei quanto tempo fiquei abestalhada olhando o teto com suas pinturas. Meu olho demorou até chegar ao altar principal, que é bem grandioso.

Então comecei a caminhar, reparando os diferentes tipos de ladrilho que são usados no chão ao longo da Catedral. Fui parando em cada um dos altares laterais e vendo suas diferentes ornamentações, épocas diferentes de arte, diferentes simbologias. Tem dos mais rebuscados em madeira talhada, em ouro, em esculturas de mármore, até os mais “simples” em pedra ou em quadros. É muito interessante. Como não era horário de missa, dá pra ir em todos os ambientes. Passar por trás do altar principal e descer também para a Cripta Azorbispal, onde estão enterrados alguns padres e arcebispos importantes.

Entrada gratuita.

Correo Central  correo central santiago

Também na Plaza de Armas está o prédio do Correio Central, que é lindo por fora e por dentro. Entrei rapidamente pra ver como era e foi engraçado ver que a galera entra com cachorro e tudo, de boas, em vários lugares. Cidade pet friendly <3 Tava rolando uma exposição sobre as mulheres na aviação, interessante e bem simples. Passei a vista pelo teto de vidro, dei uma andadinha e saí.

Museo Histórico Nacional museo historico nacional(Eu tô aqui sem entender se eu me abestalhei e não tirei foto mesmo da fachada linda do Museo Histórico Nacional, já que do lado de dentro não pode tirar foto, ou se eu me contentei em tirar só do celular e perdi junto com algumas outras fotos que corromperam no tilt todo que ele deu no Atacama… Essa foto é de dentro do pátio e não mostra nada da beleza que ele tem. Mimimi)

Ao lado do Correo Central está o Museo Histórico Nacional. Entrei despretenciosa e fui olhando as coisas. Um funcionário do museu viu que eu tava sozinha e começou a puxar assunto. Saiu me contando um monte de história paralela da história do Chile, altos babados e fofocas hahaha :P Apresentou algumas coisas das salas por onde eu passei e foi meio que de guia. Mas ele é segurança de lá e não podia ficar de papo assim, néam. Então ele deu a dica: pegar um audioguia por 1000 pesos (+- R$5,55), que pode ser em português, inglês ou espanhol. Foi o melhor investimento.

Saí andando pelas salas, que são divididas pelas épocas da história do Chile, aprendendo um monte de coisa. Como tinha uma escola por lá, e as crianças/ adolescentes são muito barulhentos (haha eu velha), fui desviando do caminho deles e vi que tava fazendo a história do Chile de traz pra frente. Isso deu um pequeno tilt na minha mente, não vou mentir. Mas vida que segue. :P

Mercado Central  mercado central de santiagomercado central de santiago 2mercado central de santiago 3mercado central de santiago 4mercado central de santiago 6mercado central de santiago 5mercado central de santiago 7Geralmente ir ao mercado público principal é meu passeio preferido nas cidades. É o que eu gosto de fazer primeiro, ou pelo menos no primeiro dia. E em Santiago não foi diferente. Parei num Centro de Informações Turísticas na Plaza de Armas, peguei um mapa e fui caminhando até lá, e tem uns prédios bem bonitos no caminho.Eu já tinha lido mil coisas sobre como o mercado é caro, como é pega turista, como você vai ser assediado pelos garçons, eu já sabia de tudo isso. Mas fui. E fui querendo comer. Porque eu não sou obrigada. :P Eu estava super curiosa pelos frutos do mar de lá, e até voltei a comer peixe pra não me negar a nenhuma experiência gastronômica que envolvesse os frutos do Pacífico.

Então andei que só por lá, vi aquela quantidade de frutos do mar totalmente estranhos pra mim, fiz cara feia pro cheiro de peixe até o nariz acostumar, disse um monte de “não” e de “no compreendo” quando não queria assunto, e também fiz um monte de pergunta e papo com a galera local que tava comprando os pescados e também com quem tava vendendo. Todo mercado é uma experiência antropológica.

A dica aqui é sair do centro do mercado, onde ficam os maiores, mais caros e mais conhecidos restaurantes, e entrar pelas laterais e pela parte de trás, onde tem um monte de restaurante mais simples. Fui olhando de um por um até que encontrei um que a abordagem do cara não foi tão efusiva como os anteriores, ele foi bem didático na hora de me apresentar o cardápio e o preço tava mais de boa. Sim, é caro. Mas eu tava disposta.mercado central de santiago 9mercado central de santiago 8Sentei e pedi uma Paila Marina completa por 8.000 pesos (+- R$44) e uma Escudo, meio que a Skol chilena só que boazinha. Lá em Santiago todo lugar que você vai comer, eles servem uma entradinha gratuita de pães, com pastinhas e molhinhos bem gostosos e que já começam a encher o bucho. Então chegou o prato e QUE PRATO. Enorme.

É praticamente uma sopa, um ensopado, com tudo que é marisco, molusco e pescado dentro. Eu já nem sei mais o que tanto é que tinha, mas sei que tinha os ostiones que eu queria conhecer, e umas unhas de cangrejo que eu tava na secura também. Esqueci de pedir “sin cilantro” e o negócio veio chorado no coentro. Mas paciência, néam. Cata daqui, cada dali e comi tudo. Tava uma delícia. Meu bucho não cabia mais nem um dedo de água. Valeu a pena.

Saí de lá e fui encontrar com Gustavo pra gente passear, eu tava precisando mesmo caminhar pra fazer a digestão.

Cerro San Cristóbal cerro san cristobal 2cerro san cristobalcerro san cristobal 1cerro san cristobal 3 Acho que Santiago é a cidade com mais verde que já conheci. Muito parque, muita praça, muita rua arborizada, além dos cerros incrustados no meio da cidade. O Cerro San Cristóbal é o maior de lá, e é uma coisa linda! Fica ao final da Calle Pio Nono e a gente sobe de Funicular, que é tipo um bondinho de Santa Tereza no Rio de Janeiro, que sobe fazendo barulho e dando medo em alguns corações hahaha :P Eu achei de boa e a vista vai ficando cada vez mais bonita. A dica aqui é comprar um ticket só de ida no Funiciular, pra lá comprar o de descida pelo teleférico. 

O dia tava lindo e a vista é estonteante. A cidade inteira ali, a Cordilheira dos Andes atrás, um mote con huesillo (bebida chilena tradicional que é tipo um chá gelado com péssego e alguns grãos, SUPER DOCE) na mão e a gente subindo. Fomos até o Santuario Inmaculada Concepción, que é a parte mais alta de lá. A vista é incrível, já disse? :P Olhamos tudo, descemos por um caminho com umas cruzes bizarras pintadas bem feias hahaha E resolvemos que íamos descer para o outro lado do Cerro, de teleférico.

O teleférico é relativamente novo por lá, tem menos de um ano pelo que entendi. As cabines são pequenas, acho que o máximo vão umas 4 ou 6 pessoas em cada uma. Mas o movimento tava fraco, fomos só eu e Gustavo nos abestalhando juntos, porque ele também não tinha andado ali ainda. É massa ver o outro lado do Cerro. Embaixo dá pra ver uns lugares onde a galera vai pra fazer churrascos coletivos, pique nique. No meio Cerro tem um zoológico, que o Funicular e o teleférico fazem uma parada, mas aí é só permanecer e seguir.

Sky Costanera no Costanera Center 

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Descemos do Cerro San Cristóbal e fomos caminhando por uma rua de mansões impressionantes! Andando, babando nas casas, cruzando o rio de volta, Gustavo foi resolver umas coisas e eu decidi que ia ver o pôr do sol no Sky Costanera, que fica no Costanera Center, o prédio mais alto da América Latina. Você paga 10.000 pesos (+- R$55 reais) pra subir 62 andares (300m) e tem uma vista de 360º bem impressionante! E eu acho que fui na melhor hora. O dia estava terminando, o sol se pondo, a cidade começando a ficar toda iluminada, a lua sorrindo. Foi bem maravilhoso! Não é barato, é só se tiver com uma grana extra mesmo que vale a pena.

Bar Liguria

Muita gente tinha indicado o Bar Liguria, e como eu tinha que jantar pra voltar pro Costanera pro show de América, a esposa de Gustavo, resolvi ir conhecer. Cheguei sozinha, sentei e demorei uns 20 minutos pra ser notada. Não fui bem atendida, tive que fingir que não tava entendendo que um cara na mesa do lado tava dando em cima de mim, achei tudo caro e a galera estranha. A comida é boa, o pisco é bom, mas acho que tem lugares bem melhores pra conhecer. Pode até ser massa, mas não tive uma boa experiência e talvez tivesse com muita expectativa por tanta gente comentar. Acontece, né? :)

Hard Rock hard rock santiago

De lá fui pro show da banda que América toca. Ela é artista de rua, mas toca nessa bandinha de baile toda semana. Hard Rock é aquela coisa no mundo todo, né? Espaço bonito, interessante, música interessante, gente bonita, comida e bebida boa e cara, souvenirs. Nada de novo, mas foi bom pra tomar um chopp Torobayo e fechar esse dia super longo e maravilhoso! <3 Peguei um Uber e voltei pra casa de boas, já que o metro tava fechado e Taxi é uma roubada em qualquer lugar do mundo, incluindo Santiago.

Nem lembrava que tinha feito tanta coisa num dia só! E nem fiz nada correndo, muito pelo contrário. Tudo foi bem tranquilo, sem me preocupar com horário, curtindo cada momento. Santiago me recebeu muito bem de primeira, foi uma relação de carinho a primeira vista.

Como esse post já ficou mega gigante, vou guardar as outras dicas para os próximos. E se tiverem dúvidas, sugestões e outras coisas que queiram saber, é só comentar aqui! :D

Besos :*



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