Eu amo tapiocas e tô até agora me perguntando “rodízio de tapiocas, como eu não tinha pensado nisso antes?!”. A ideia do “rodízio” surgiu quando chegaram os produtos da parceria da Tambaú pra fazer a receita do mês. Entre eles estava um lindo Doce de Jaca, que me encheu os olhos. Não, eu não gosto de jaca… Mas ele é lindo e suculento só de olhar. Então foi quando eu lembrei que um primo meu teve um quiosque de tapioca e café, e uma das receitas preparadas por um chef era a tal tapioca de jaca, que eu nunca cheguei a provar. Ok, pode não estar fazendo o menor sentido tudo isso que eu estou dizendo hahaha Mas eu olhava pro doce e queria fazer uma tapioca, então pensei: porque não fazer com vários sabores diferentes e chamar as amigas pra falar besteira, rir um pouco e comer muito? E assim foi. E foi lindo <3

Eu costumo dizer que tapioca não tem segredo, é prática e paciência. A primeira vez que eu fui fazer achando que era fácil e todo mundo acertava de cara, eu estraguei tudo, me arretei e joguei a massa toda no lixo. É, eu exagerei hahaha :P Mas com o tempo e a prática já posso fazer um bico de tapioqueira se tudo der errado nessa vida :P Eu compro a massa já pronta, dessas que só precisa peneirar, sabe? Aí eu peneiro uma vez pra guardar na geladeira num pote fechado, e peneiro de novo na hora de fazer. O único “segredo” é a temperatura da frigideira. Tem que estar quente, mas não taaaanto assim. Então é colocar a massa sem miséria no meio da frigideira e ir espalhando pros cantos com as costas da colher. Aí é rechear com o que quiser, o céu e o limite.

Coloquei esse cardápiozinho na parede pra ajudar na hora da escolha, mas quem manda é o freguês e podia sair tapioca de tudo isso junto se quisessem hahaha :P Começamos pelas salgadas, onde a vedete da casa, a tapioca rendada, foi a mais aclamada. Pra fazer a tapioca rendada não tem mistério, é só colocar na frigideira quente um pouco de queijo coalho ralado antes de colocar a massa. Coloca, espera ele dar uma leve fritada e coloca normalmente a massa por cima. Então recheia, deixa ele queimar um pouquinho pra ficar crocante e fecha. Fica linda e deliciosa <3 Essa eu fiz com queijo coalho e orégano, mas pode ser com qualquer coisa.

E daí pra frente os outros sabores foram saindo. Como era um “rodízio” e tinha muita gente pra comer, eu fazia e a gente cortava assim, em 4 pedaços, pra poder render mais e todo mundo comer um pouco de cada. Super funcionou o esquema :)

Três queijos (coalho, muçarela e creme de ricota) Palmito (queijo coalho e palmito temperada com pimenta calabresa)Mista (queijo coalho com peito de peru e creme de ricota, rendada) Bananada (Bananada com canela Tambaú, queijo coalho e povilhada com canela por cima. Há quem diga que foi a melhor da noite.)Ensopada (queijo coalho, coco ralado úmido e adoçado Tambaú e ensopada no Leite de Coco Tambaú.)Romeu e Julieta (queijo coalho e doce de goiaba cremoso Tambaú. O recheio tem que ser em forma de coração, se não a receita desanda :P <3 Pra mim foi a melhor, mas eu sou suspeita porque AMO romeu e julieta hehehe)Jaca (Jaca em calda Tambaú e queijo coalho. Foi a surpresa da noite! Achei deliciosa, suculenta e comeria uma inteira. Pode tirar a cara feia e experimentar, viu?)E além dessas rolaram outras misturas salgadas, e muitas risadas, e cerveja, e vinho, e suco, e mais risadas, e fofocas, e só coisa boa e amor. Porque se teve uma coisa que foi ingrediente principal nessa noite, foi amor de muito! Muito obrigada meninas todas que vieram! Ana Gordinha (Chocolate Poesia e Arte), Duda, Rafa, Lila, Dani (Ricota Não Derrete), Aninha, Luiza, Thinha, Julia, Lu, Gigi, Rai, Mari (Bike Fit Café), vocês fizeram uma noite muito especial pra mim! Muito obrigada <3 E venham mais, a Casa dos Bichos Pretos está sempre de portas abertas pra vocês e seus sorrisos <3

* Post em parceria com a Tambaú Alimentos

Sem dúvidas a tapioca de dona Elisangela foi uma das melhores coisas da nossa ida a São Miguel dos Milagres. Na verdade, nós paramos lá pra tentar comprar cerveja, já que em todos os mercadinhos o estoque tinha acabado no ano novo e era dia 2 de janeiro. O preço do latão era R$2,50, ela fez por R$2 e a gente terminou parando pra comer uma tapioca.

Acostumada com aquelas feitas na frigideira, em cima do carvão, eu adorei a tapioca só de ver que ela era feita na chapa, sem preocupação de limitar o tamanho ou formato dela. Primeiro dona Elisangela pergunta: Prefere massa fina ou grossa? Se estiver com muita fome é melhor pedir da grossa que dá mais sustância, mas se quiser a fininha é mais crocante. Terminou sendo massa fina para as meninas e grossa para os meninos :P

Ela vai peneirando a goma na hora, e disse que tem que estar bem molhadinha pra dar o ponto certo. A tapioca vai tomando forma com os grãos da goma grudando. Então ela joga aquele coco ralado pela filha dela, que fica sentadinha só ralando coco, e vira ele pra chapa, pra dar uma queimadinha. Ela diz que isso é que dá o gosto de coco na tapioca.

Enquanto o pessoal pensava no sabor que ia pedir, ela perguntou: vocês conhecem a de cartola? Aí na mesma hora eu fiz: pronto, eu quero de cartola. E a decisão contagiou e terminou que todos pediram do mesmo sabor :P Com a massa pronta já com o coco, ela colocou bananas bem maduras pra fritar na chapa com manteiga, depois o queijo de coalho pra derreter e fazer quela casquinha deliciosa (eu babei nessa hora hahaha).

Com a banana e o queijo fritos, ela abre as massas, coloca o recheio, despeja uma generosa porção de leite condensado por cima, e povilha canela. Juro, não vai ter foto ou texto certo que traduza o sabor dessa taipoca. E como eu estava com a boca cheia d’água e atacada por uma fome incrível, já estava pensando em qual seria a minha segunda tapioca, mas Dona Elisangela alertou: Você não aguenta não, minha filha. Isso daqui é um almoço. E ela tava certa. Todos comemos de nos lambuzar, mas no final ninguém aguentava mais nada :P

Claro que o assunto na mesa se resumiu a mermos gemidos de hummmm, mas quando a gente terminou, percebeu que não precisava falar nada mesmo. O melhor elogio era o silêncio, a boca cheia e a cara de satisfação. Eu já comi muito a famosa tapioca do Alto da Sé, em Olinda. As não menos famosas tapiocas da orla de Maceió. Tapiocas gourmet e tudo mais. Então eu posso dizer com conhecimento de causa: a tapioca da Dona Elisangela foi a melhor que eu já comi na vida.

Porque além de tudo, foi feita com carinho, com atenção, com cuidado. Enquanto perparava tudo, Dona Elisangela sorria, falava de como tinha sido bom o movimento no fim do ano e que para trabalhar ela nunca estava cansada, que podia ser essa correria o resto da vida.

Enquanto a gente ainda lambia os dedos melecados de leite condensado, ela colocou pra gente uma cortesia que nem deu tempo de fotografar. Foram pequenos pedacinhos de goma só com coco, pra gente sentir o gosto da tapioca original :P~

Tem mais algumas fotos lá no Flickr :)

O Catinho da Tapioca fica em São Miguel dos Milagres, Alagoas, bem na estrada principal em frente a uma creche, que fica ao lado da pracinha. E saindo de lá a gente foi ao mirante de Tatuamunha, por indicação de Dona Elisangela, e essa foto não deixa a gente mentir como foi lindo.