san “perro” de atacama
Depois de ter feito o tour do Salar de Talar, Piedras Rojas e as Lagunas, eu fiquei beeem cansada. No dia seguinte eu não quis agendar nenhum tour, resolvi tirar o day off pela cidade. Até pensei em pegar uma bike e fazer o Vale de La Muerte, que tinham me indicado. Mas conheci uns brasileiros no hostel, na noite anterior, que disseram que é muito deserto e que ir sozinha podia ser um problema. Porque se eu caísse de bike e me machucasse, ninguém me ouviria gritar. É, fiquei meio assustada. hehehe :P
Então, apesar da intimidade com a bike, pensei que ainda estava no começo da viagem e não queria correr riscos de botar algo a perder. Então fiquei quietinha, curando a ressaca da altitude. Tomei café da manhã com meus amigos pássaros, que são totalmente destemidos e é só deixar umas migalhas que eles chegam junto o tempo todo, e segui pra dar uma volta. As ruas de San Pedro são todas assim, de barro, as casas são simples, mas quando você menos espera dá de cara com o vulcão Licancabur compondo a paisagem. Além desse céu azul lindo, que quando o sol já está mais alto fica um clima quente pra sair de short e chinelo. Beeeem diferente do clima de quando começa a escurecer. Clima de deserto, né? De oito pra oitenta em algumas horas.
Sugiro buscar alguma sorveteria artesanal local e experimentar os sabores exóticos. Esse daí é Ayrampo, a flor do cactus, e é uma delícia. Tem de ervas, de raiz, de um monte de coisa. E no calor seco que tava fazendo, um sorvetinho salva real. Gostei muito da Babalu Heladeria, foi o melhor que experimentei por lá.
Eu tô até agora impressionada com o que o clima seco fez com meu cabelo hahaha :P Ele ficou assim, liso, escorrido, estranho, não sei explicar. Aí ainda tava “de boas”, quando cheguei na Bolívia eu tava parecendo o Zacarias de peruca, sério. Então aproveitei pra uma selfie (com pau de selfie sim!) no grafite que mandava cuidar de mim. Nhóim, como sou fofa. hahaha
Então fui visitar as feirinhas de artesanato e fotografar os cachorros. São MUITOS cachorros em todos os lugares, o tempo todo. Nas agências, na farmácia, nos restaurantes, nos hostels, em todo lugar. Aí você entende porque lá é carinhosamente chamado de San Perro de Atacama hahaha :)
Por isso, fiquem com alguns registros dos perros do Atacama pra deixar esse dia mais lindíneo.Aí pra fechar o dia, resolvi que ia tomar uma cerveja pela primeira vez desde que estava no Atacama. No hostel mesmo, de boas, sossegada. Tomei DUAS (duas, apenas duas) long necks e estava bêbada. Sim, bêbada. Ahhh altitude, como você me deixa econômica! :P
Mas foi bom pra me ajudar a dormir cedo, já que aproveitei o rolê pela cidade pra agendar o tour do dia seguinte, que seria de novo de dia inteiro, então eu queria estar descansada. :)
Foi massa tirar um day off, sabe. Quando a gente viaja parece que tem que estar fazendo algo o tempo todo, né? Se não estiver, parece que está perdendo tempo. Mas, na real, tirar um tempo pra não fazer nada e “apenas” contemplar o ambiente, sentar numa praça pra escrever, fotografar ou qualquer coisa mais “leve” que não seja estar enfiado em tours turísticos ou visitando os locais mais badalados, é muito bem vindo.
Por isso, fica aqui minha sugestão pra quem visita o Atacama (ou qualquer outro lugar) com um pouco mais de tempo: tire um tempo pra fazer nada, é uma delícia. :)