home sobre mim sobre o blog mídia kit

Todos os posts sobre mais de mim

meu carnaval não teve foto


Hoje, quarta-feira de cinzas, eu me dei conta de que não bati uma só foto durante o carnaval. O que é muito estranho, porque geralmente acumulo gigas nesse feriado, que tem tantas cores e é o mais longo do ano.

Não tirei foto vestida de hippie no Segura o Briefing, quando muita gente chegava pra mim e dizia: mas você não está fantasiada, você já se veste meio assim. O bloco dos publicitários de Recife foi ótimo, divertidíssimo e cheio de gente querida. Não podia ser melhor.

No sábado eu não tirei foto no carnaval de Olinda. Rafa levou a lomo dele e ‘bateu uns retratos’, mas daqui que ele revele já passou até a semana santa. Foi um dia inteiro de risadas, com amigos queridos, rodeados de fantasias engraçadas e gente afim de se divertir. Subindo e descendo ladeira, cruzando com blocos de rua, ouvindo frevo, maracatu, samba e tudo mais. Ouvimos até rock n’ roll em ritmo de frevo, no bloco dos roqueiros “Tá bom, a gente freva”. Foi ótimo.

No domingo o dia foi preguiçoso, mas à noite fomos ao carnaval do Recife Antigo, ver o mal falado bloco Quanta Ladeira. Formado por músicos da cena local como Lula Queiroga, Silvério Pessoa, Zé da Flauta, DJ Dolores e convidados, o bloco é escrachado, tira onda com políticos, celebridades e sempre trata de temas muito atuais, parodiando músicas conhecidas. É sempre divertidíssimo, e esse ano não foi diferente.

Segunda foi um dia pra fugir da folia, e ainda assim não teve fotos. Fomos com nossos queridos amigos Lu e Ro conhecer a nova Ponte do Paiva, linda e que deixou o caminho da minha casa para a Praia do Paiva tão perto que é até um pecado não ir visitar essa praia tão bonita, quase deserta. O dia não estava o mais bonito, mas ainda assim não justifica ter sido um dia sem cliques. Até porque à noite fomos para a casa dos cariocas do Na minha panela, e enquanto Cami fungava com gripe, Rafa dominava a cozinha e serviu uma costelinha de porco ao molho barbecue caseiro que deixou todo mundo se lambendo, literalmente. Foi uma delícia incrível.

E hoje, depois de tomar uns chopps com mamãe, vendo o saldo de diversão do carnaval, decidi que ia fazer um post sobre meus dias de folia. Foi quando percebi que, mesmo sendo divertidíssimo, meu carnaval não teve foto. Que coisa, né?


teatro (ou aquele tempo que não volta mais)


Ontem meu querido ex-professor de teatro, mas eterno mestre, Ricardo Mourão, postou no seu facebook fotos das suas turmas de teatro. E adivinha quem estava lá? Pois é. Fiz teatro por 8 anos da minha vida, sempre na escola mas nunca de brincadeira. Nossas oficinas eram ótimas, nossas aulas eram perfeitas e os ensaios uma bagunça, para o desespero de Mourão :P

Comecei a fazer teatro bem nova (para quem não reconheceu, eu sou a loirinha da primeira foto :P), para essas pequenas peças internas do colégio. Mas houve uma época que a peça de teatro era o momento mais esperado da feira de ciências do colégio, e chegava a reunir muitas pessoas no Teatro Guararapes, que é um dos maiores do país. Nossas peças tinham produção inteiramente nossa, desde a produção do texto até a produção do cenário, figurino, maquiagem e tudo, como vocês podem ver nas fotos da bagunça do camarim :P

Lembro como se fosse hoje a gente andando pelo centro da cidade para comprar material. Virando noite no teatro para produzir cenário. Desenhando maquiagens, figurinos, vendo trilha e efeitos de som. Era um envolvimento total. Perto da estréia da peça a gente passava o sábado e o domingo inteiro ensaiando, comendo cachorro quente na rua e voltando pra ensaiar. Era cansativo mas era um cansaço gostoso, afinal, estávamos com pessoas que a gente gostava e fazendo o que a gente amava.

Essas fotos são da peça Sanatório Geral, que era toda passada dentro de um hospício. Eu interpretava a professora Aurélia, uma professora maluca que só falava ditados populares errados e trocados. Me lembro como se fosse hoje que, a única fala correta da professora foi “o futuro, a Deus pertence!” e eu recebi uma salva de palmas em cena aberta, como a gente diz no teatro. Foi um dos momentos mais emocionantes da minha “carreira” :P

No teatro em fiz grandes amigos e aprendi muita coisa. Aprendi que desejar “merda!” e “quebre a perna!” era ótimo. Os exercícios de confiança e relaxamento eram excelentes, e até hoje eu sou grata a Mourão por tudo que ele fez por nós. Além de ser um excelente professor, Mourão sempre foi muito sensível e sabia nos passar essa sensibilidade, nos ensinava a aflorar os sentidos para perceber melhor o mundo. Se todos os professores de  teatro em escolas fossem feito ele, eu diria que todo mundo merecia fazer aulas de teatro uma vez na vida.

Por muito tempo eu pensei em fazer artes cênicas, mas a vida é cheia de curvas e me levou para a comunicação social. Coisa que, com certeza, foi aflorada pelas aulas de teatro. Hoje me resta a saudade, a admiração e a tatuagem que eu fiz para esse momento tão especial da minha vida :)

Mourão, obrigada por tudo, de coração. Turma do teatro, parabéns por tudo, de verdade :)


sim, é uma filha


Desculpem os papais e mamães que tem seus rebentos, mas pra mim cachorro é igual a filho. Quando Chica veio pra cá filhote, um pedaço redondo de pelo preto, nossa vida mudou. Eu e Paolo nos revezávamos para limpar xixi e coco, igual aos pais. Acordamos de noite com ela chorando, sofremos para educar, levamos ao médico, gastamos o dinheiro que fosse preciso para ela ter conforto e saúde, igual aos pais. Mimamos ela demais, igual a alguns pais, e abrimos mão de viagens e outras coisas para ficar com ela, como muitos pais.

Eu chamo Chica de filha. Ela corre pra mim quando quer segurança ou manha, igual a uma filha. Ela me pede colo enquanto eu estou trabalhando e quer dormir agarrada em mim, igual a uma filha. Ela precisa de atenção, de carinho e de dedicação, igual a uma filha. Chica sente quando estamos tristes e faz de tudo para nos alegrar, como todo filho.

Eu não quero escrever aqui algo sobre a relação dos donos com os seus cachorros, e sim um pouco da minha relação com a minha filha. Ontem eu e Paolo fomos ao show de uns amigos nosso, encontrar outros amigos que há muito tempo não víamos. Tinha tudo pra ser uma noite feliz, instigada, animada, mas enquanto todos estavam se divertindo, eu tentava balançar o corpo ao som da música mas a minha cabeça estava em casa. Estava em Chica. Como muitos pais fazem. E tudo que eu quis naquele momento foi poder ligar pra casa e falar com ela, para perguntar como ela estava.

Chica está doente, com a famosa doença do carrapato. Eu imagino que quando você leu isso você pensou: puta que pariu, que merda. E foi assim que eu vi as pessoas reagindo ao falar que ela estava doente. Muita gente já teve experiências ruins com essa doença, muitos pais perderam os seus filhos pelo carrapto, e eu já chorei muito por isso.

Me culpei como toda mãe, me perguntei onde eu errei como toda mãe. Fiquei com peso na consciência de sair e deixar Chica em casa, mesmo sabendo que a minha presença não iria melhorar muito o seu quadro médico. Hoje ela entrou para o antibiótico e para o remédio de fígado, suas plaquetas estão muito baixas e ela está muito fraca. E eu só estou escrevendo isso porque eu sou mãe, e estou chorando pedindo forças para que ela passe por isso sem nenhuma sequela.

Eu sei que os posts de sexta-feira deveriam ser felizes, para começar o fim de semana alegre, mas eu me culpo por qualquer alegria que eu venha a sentir. Porque eu sou mãe e minha filha está doente. Essa é a minha última sexta-feira de férias, o meu último fim de semana de férias, e tudo que eu quero é ficar em casa cuidando de Chica. Não quero sair, não quero viajar, não quero beber nem me divertir com os amigos. Eu só quero que minha filha fique boa. Só isso.

Também aproveito para agradecer a veterinária Alessandra Corrêa, que nos atendeu com o maior carinho e atenção. Explicou detalhada e pacientemente todas as possibilidades, todos os cuidados, todos os remédios. Tirou sangue para o exame que Chica nem sentiu, e tratou nós três, eu, Paolo e Chica, como todo médico deveria cuidar de toda família. Eu não tenho palavras para agradecer, Alessandra foi um anjo. Que mesmo trazendo uma notícia ruim, vai fazer com que, daqui a pouco tempo, seja uma notícia ótima de que ela está recuperada.

Desculpem o desabafo, mas como eu sempre disse, esse blog é a minha terapia. Eu já escrevi sobre minha mãe, meu pai, meu irmão, minha irmã e meu marido. Eu só precisava escrever sobre a minha filha, que eu não amo menos do que qualquer outro membro da família.

Fica boa filha, por favor.


meu pai é muito engraçado


Hoje é aniversário do meu pai, mas eu estou cansada de escrever textos que as pessoas terminam chorando. Tudo bem que as vezes a emoção bate forte, e a melhor forma de dizer que a gente ama é fazendo chorar. Mas vou tentar não fazer isso hoje, mesmo eu estando aqui em Recife e meu pai em Minas Gerais, comemorando com toda a família, e eu tenha motivos de sobra para chorar.

Meu pai é um dos caras mais engraçados que eu conheço, é sério. Ele é muito mais que aqueles tios que contam piadas ao final do almoço de domingo. Meu pai é um piadista nato, que se vestia de Nerso da Capitinga (e ficava IGUAL) e subia no palco das festas de rua pra contar piada. E todo mundo ria. E ainda ri, porque mesmo que ele não se vista mais de Nerso ele ainda conta ótimas piadas :P

Meu pai é daqueles que gosta do carnaval de Olinda, que se veste de mulher e sai nas Virgens do Bairro Novo (eu prometo que não vou falar de quando ele se vestiu de tiazinha!) Meu pai é aquele cara que ama carnaval, que tem um mini trio elétrico que todo ano arrasta o bloco Caminhada Alcoológica do Trio da Farra, seja onde ele estiver. Já que meu pai além de divertido é meio nômade, e vive entre Minas Gerais, Santos, São Paulo e agora Buenos Aires.

Meu pai é aquele que todos os amigos gostam, que os primos amam e os filhos então, nem se fala. Meu pai é aquele que gosta de pagode, música sertaneja e o que mais estiver tocando, porque a animação dele não depende de música, é dele mesmo. Eu já disse que ele é muito mais novo que eu? Pois é. Parece que meu pai não se cansa nunca das festas e das coisas boas da vida.

Essa foto é na minha formatura, no momento em que o malandro sambista entra com a Dafne para a valsa, ao som da abertura de Cavalo de Fogo (meu desenho preferido). Foi uma valsa muito engraçada, porque o que meu pai tem de divertido ele tem de desengonçado pra dançar, e isso eu herdei dele. Então nós dançando juntos foi muito engraçado, e foi só mais uma das vezes que meu pai me provocou crise de riso.

Tudo que eu queria hoje, no dia do seu aniversário, era ouvir uma piada dele, mesmo que eu já tenha ouvido 10 vezes, e rirmos todos juntos enquanto ele repete algumas vezes o final, como ele sempre faz :P Mas eu acredito que a alegria é uma das energias mais fortes do mundo, por isso hoje eu vou tratar de rir bastante pra ele sentir essa felicidade que eu estou mandando pra ele.

Te amo pai, e continue rindo e fazendo rir porque é melhor ser alegre que ser triste, a alegria é a melhor coisa que existe :)



© 2023 - ideias de fim de semana