uma palavra: solidariedade
Ontem eu tive um dia super difícil. Quem me segue no twitter tem visto que, na verdade, meus últimos dias tem sido bem difíceis. Acho que meu inferno astral chegou mais cedo… Mas aconteceu que ontem eu fui pega de surpresa por uma reunião, e quando estava indo pra lá passei por uma área totalmente alagada e rasguei o pneu. Sim, duas vezes numa só semana. O buraco era gigante, até postei fotos de um carro que vinha atrás de mim e ficou preso, e de uma moto que também caiu.
Eu não consegui ir pra reunião e não conseguia falar com Paolo. Liguei para o seguro e eles me deram uma previsão de 300 minutos de espera, ou seja 5 HORAS. Eu estava sozinha, num lugar super perigoso, que não tem nada por perto. Fiquei trancada dentro do carro por quase uma hora até Paolo conseguir pegar um taxi e ir me socorrer. Ele trocou o pneu e nós fomos pra casa, mas o prédio estava sem elevador e a gente subiu 6 andares de escada. Legal, né? Conseguimos parar pra “almoçar” umas 16h, mas o galeto que Paolo tinha comprado tava tão ruim que quase não comemos nada. Ainda bem que ele virou panqueca hoje.
Na sequência a cidade do Recife inteira parou por conta de um boato recorrente há mais de 30 anos, que a barragem de Tapacurá tinha estourado, o que implicaria na inundação total da cidade. Empresas largaram funcionários mais cedo, lojas fecharam as portas, pessoas estocaram comida e eu não consegui sair de casa depois disso.
Mas claro que entre os meus tweets desesperados sobre minha zica e má sorte, algumas pessoas tentaram me dar uma força com uns Pollyana feelings, me fazendo ver o lado bom das coisas, ou como poderia ser pior. E foi quando eu comecei a pensar numa coisa chamada solidariedade.
(Um parênteses para meu pensamento sobre o tamanho dos problemas. Problema não se compara gente. Não tem dor maior ou dor pior, cada um sabe a intensidade da sua. Não existe isso de “seu problema não é nada perto da fome mundial”, certo? Ao menos não pra mim.)
Ontem, antes do mundo virar de cabeça pra baixo, eu fiz uma boa ação. Eu tinha conhecido o Clube dos Vira-Latas, e vi que era uma instituição séria e de respeito, cheia de histórias comoventes e de superação. Eles cuidam de cães abandonados, vítimas de maus tratos, resgatados após acidentes e vários outros casos. São uma equipe grande, com profissionais competentes e apaixonados pelo que fazem. Eles promovem eventos de adoção, castração, vacinação, dão aulas e palestras, tudo pensando na saúde e no bem estar dos nossos amigos peludos. Fiquei emocionada de verdade. E como eu não posso adotar um cachorrinho, eu fiz uma pequena doação, e vou tentar repetir isso mensalmente, com a quantia que eu puder.
E foi isso que me fez pensar na tal solidariedade. Como uma dose dela faz bem pra gente. Porque antes eu fiz a doação, depois tudo deu errado pra mim, então eu cheguei em casa, abri a página do Clube dos Vira-Latas no Facebook e voltei a ler as histórias. Chorei e me confortei. Apesar de tudo que aconteceu, eu estava feliz porque tinha feito uma coisa boa.
Existem várias instituições sérias espalhadas pelo país e pelo mundo. Que cuidam de idosos, crianças carentes, pessoas com câncer, aids, diabetes, deficiências físicas e mentais, abrigos para gatos, cachorros, peixes-boi, pássaros, todo tipo de gente e bicho. Eu escolhi o Clube dos Vira-Latas. Podem me apedrejar mas histórias de maus tratos com os animais me chocam e me sensibilizam mais do que qualquer história com humanos.
Mas o que eu estou falando é sobre o sentimento de solidariedade. “Fazer o bem sem olhar a quem”, é como se diz. Então fica aqui o meu pensamento para o fim de semana. Quando tudo der errado, quando você estiver triste, estressado, nervoso, faça uma boa ação. Isso com certeza vai confortar o seu coração. E quando estiver alegre, sorridente e feliz, faça o dobro da boa ação. Porque alegria se multiplica, e mesmo que o valor não aumente, ele vai ser enviado com uma boa dose de energia e pensamentos positivos.
Escolham uma instituição séria e sejam felizes :)