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três receitas rapidinhas com aveia


Eu adoro aveia. Sempre tem aveia lá em casa, seja pra colocar por cima do mamão com mel, seja pra fazer alguma receitinha. A verdade é que às vezes bate uma vontade de comer alguma coisa doce e só tem mesmo um pouco de aveia na dispensa e um pouco de leite ou, se der sorte, uma banana na geladeira. Sim sim, eu não tenho maturidade pra ter chocolate, biscoito, leite condensado, bolo, nada disso em casa. Se eu tiver, passo a não ter mais em poucos minutos, sem exagero.

Então pra garantir que na hora do aperto eu vou correr pra algo menos nocivo, eu mantenho sempre um pouco de aveia e também de cacau em pó, já que achocolatado também não rola de ter. :P Aí separei aqui três receitas bem facinhas que eu fiz em casa, nesses dias que bate a vontade do doce. E elas servem de café da manhã, de lanche, de jantar ou do que você quiser, afinal, sua fome, suas regras. :P

● Panqueca estilo americana de aveia com banana

Panqueca de aveia com bananaEu adoro panqueca! Mas essas estilo “americana” que são mais fofinhas, eu quase nunca faço. Geralmente é porque em casa não tem fermento, ou então ele está vencido hahaha :P Eu sou muito ruim de fazer bolo, então geralmente compro pra uma receita específica aí quando vou fazer outra ele já venceu e pronto, os bichinho tão tudo morto. Inclusive, nessa panqueca aí da foto o fermento já tava vencido fazia uns dias, mas acho que eles resistiram um pouco mais hahaha :P

5 colheres de sopa de aveia

4 colheres de sopa de leite

2 ovos

1 banana amassada

1/2 colher de chá de fermento

1 colher de chá de acúcar (ou umas gotas de adoçante)

opcional (assim como todos os outros ingredientes, afinal, você não é obrigado a nada haha): canela e/ou cacau em pó.

Mistura tudo batendo levemente com um garfo, depois vai colocando porções numa frigideira untada (usei óleo de coco) e quente, com a ajuda de uma concha. Espera crescer, vira o lado, tira e pronto. Só servir com um pouco de mel e umas rodelas de banana por cima. Pode povilhar também canela e/ou cacau em pó.

 

● Papa de aveia

Papa de aveiaTem dias que eu tenho desejo de papa de aveia, sabia? E olhe que eu vim fazer a primeira vez nem tem tanto tempo… Sei lá porque! Mas a real é que sempre tem ao menos aveia e leite em casa, então a papa é certa.

1 copo americano de leite

4 colheres de sopa de aveia

Açúcar ou adoçante a gosto (há quem use leite condensado)

Canela para povilhar

Opcional: 1/2 banana amassada e 1/2 banana em rodelas.

Em fogo baixo mistura o leite, a aveia e o açúcar (e a banana amassada, se for usar) e vai mexendo com uma colher de pau sem parar. Quando começar a engrossar você vai dando o ponto. Eu prefiro mais molinha, então não espero começar a aparecer o fundo da panela, por exemplo. Lembra que quando ela começa a esfriar ela endurece rápido, tá? Aí é só despejar no prato, povilhar a canela por cima (e colocar as rodelas de banana, se for usar) e pronto. Pense num prazer que é ir comendo pelas beiradas. <3

 

● Bolo de caneca: aveia, banana e cacau.

Bolo de caneca de aveia, banana e cacauEu amo tomar café comendo algo doce, especialmente depois que eu aprendi a tomar café sem adicionar nenhum tipo de coisa pra adoçar. E como eu sou bem viciada em café, estou sempre passando uma xícara em casa enquanto trabalho e buscando alguma coisa docinha pra acompanhar. Esse bolo de caneca foi a perfeição pra esse dia.

1 banana amassada

2 colheres de sopa de aveia

1 colher de chá de fermento

1/2 colher de sopa de cacau em pó

1 clara

1 colher de sopa de leite

1 colher de sopa de açúcar mascavo

1 colher de chá de chia

óleo de coco para untar

canela para povilhar

Mistura todos os ingredientes e coloca numa caneca untada com óleo de coco e povilhada com canela, então é só levar ao microondas por 1 minuto e meio e pronto. Come quentinho tomando um café passado na hora. <3

 

Essas são três receitinhas super simples que eu faço no meio dos jobs. Um outro lado bom de trabalhar em casa, né? :) Acho que deu pra ver que em todas as fotos o computador aparece haha :P E pra acompanhar outras receitinhas e um pouco mais do que eu faço nessa vida louca vida, me segue lá no Instagram: @terrinha. :)

 


eu não sou vegetariana (ou, minha experiência sem comer bicho)


vegetariana naoAchei por bem começar logo cortando rótulo. Cada vez mais tenho dificuldade de me definir nas coisas, porque vou querer me definir por meus hábitos alimentares, né? Então digo logo que não sou, nunca fui e não sei se um dia virei a ser vegetariana. Dito isso, vou começar o post. :)

Lá em 2014 eu fiz um #DezembroSemCarne, onde me propus a passar um mês apenas sem comer carne vermelha. Por que? Porque eu quis, ué. Haha :P Quis experimentar e contei aqui nesse post como foi a experiência. Aí no ano passado, mais precisamente no dia 12 de setembro, eu estava almoçando nO Vegetariano, um dos meus restaurantes vegetarianos preferidos, e pensei: vou ficar um mês sem comer carne vermelha e frango, dessa vez. Aí pronto, lembrei que não tinha comido carne no café da manhã, tava almoçando no vegetariano e pensei: vou começar agora mesmo.

Então, como eu sou exibidjinha, tratei logo de compartilhar nas minhas redes sociais o meu novo desafio. Até porque eu tenho a ideia de que se eu falar pra mais gente vai ser mais fácil de manter o desafio e não me boicotar hahaha :P Foi quando Guilherme, meu amigo e responsável pelo restaurante vegano Flô de Jambo, resolveu lançar um desafio em cima do meu desafio: tira também o peixe e frutos do mar, e vem almoçar aqui no Flô de Jambo durante esse mês! Confesso que quando recebi a proposta foi fácil de aceitar, afinal, eu AMO a comida de lá e garantir um almoço maravilhoso e um cardápio variado pra esse mês restrito ia ser uma mão na roda pra mim. Claro que meu coração bateu forte quando pensei: um mês sem caranguejo! Mas segui firme e forte.

Aí me perguntam de novo: mas por que, Terrinha? Sem frescura, foi por mim. Não só pelos animais, não só pelo meio ambiente, não só pela economia orgânica, não só pelo consumo dos pequenos produtores, não só por essas coisas. Também, mas não só. Eu queria ver como o meu corpo ia reagir, queria experimentar. Eu já tento fazer um consumo mais “natureba” em algumas coisas, como produtos de limpeza, produtos de higiene que não testam em animais, cosméticos veganos, feira orgânica local, entre outras coisas. Mas queria experimentar tirar os bichos da alimentação e me observar.

Eu já estava num processo de comer menos carne vermelha. Em casa eu já não fazia mais. Aí comecei a comer muito frango, o que me fez enjoar também. Aí já tinha reduzido naturalmente meu consumo de carne vermelha e frango, e como peixe e frutos do mar não dá pra comer todo dia módi os preços, eu já tinha entrado numa vibe mais veggie sem nem perceber. Ao menos em casa, já que por conta disso eu aproveitava pra ser bem carnívora na hora de comer na rua. hehe :P

Apesar de que comecei a perceber que os meus pratos preferidos de alguns lugares já eram vegetarianos. Como o Falafel do Central, o Croissant Caprese do Castigliani, a esfirra vegetariana do saudoso Snaubar, o queijo coalho do Empório Sertanejo, entre outras coisas que facilitaram minha vida. :)

Confesso que não foi nada difícil passar um mês sem comer bichos. Não larguei ovo, queijo e nem derivados de leite, tá? Acho que isso deixa tudo mais fácil também. Mas achei que seria mais difícil pra mim. No segundo ou terceiro dia eu já comecei a sentir algumas coisas diferentes no corpo. Primeiro, meu intestino começou a funcionar. Eu tenho intestino preso desde que me entendo por gente. Fui aquela criança que tomou Almeida Prado 46, que não podia comer banana, que comia mamão e ameixa como se fosse remédio, e foi assim minha vida toda. Até que parei de comer bicho e ele começou a funcionar. Ganhou uma estrelinha.

Depois disso comecei a sentir que meu sono estava estranho. Eu tava acordando pra fazer xixi e não conseguia mais voltar a dormir. Eu acordava cedo e não conseguia dormir de novo. Só que eu comecei a reparar que não era porque meu corpo tava precisando descansar mais e eu não tava conseguindo, era exatamente o contrário. Meu corpo tava dizendo: bora, tá de boa, já tenho energia suficiente pra começar o dia. E o que restava era mais preguiça minha mesmo, hábito, vontade, não necessidade.

Bem, nós humanos gastamos a maior parte da nossa energia da digestão. E quando comemos carne (favor entender carne aqui como qualquer bicho), a digestão é ainda mais trabalhosa e demorada, ou seja, gastamos ainda mais energia pra transformar aquilo tudo em coco. E quando nossa digestão fica mais leve, sobra mais energia pra gente. Essa matemática de padaria também serviu para outras coisas. A meditação ficou mais fácil, a disposição durante o dia ficou melhor, fazer exercício tava mais animador, e depois que eu aprendi a lidar com o meu novo sono, até dormir ficou melhor.

Juntando um intestino que funciona melhor que nunca, meditação fluindo, sono saudável, nem preciso dizer que meu humor melhorou consideravelmente, né? Ainda bem, porque calhou de ser uma fase bem difícil da minha vida. Tomada de decisões, mudanças, tristezas, enfim. Ainda bem que aconteceu quando tinha que acontecer.

Além dos benefícios físico-psicológicos, entrar nessa dieta sem bicho me fez despertar outros sabores, conhecer outros lugares, testar outras receitas e ter outros assuntos com outras pessoas. Não foi uma experiência sobre o que eu como, sabe? Afinal, nunca é “só” sobre comida, porque o nosso alimento/ o que ingerimos, é a base de tudo na nossa vida. Claro, que isso na minha humilde opinião. Há quem viva numa dieta restrita total de alimentação e acredita nisso como a chave da vida, da espiritualidade e da iluminação. Mas, aqui pra nós, eu gosto muito de comida pra parar de comer. :P

Fiquei super feliz em receber o apoio de amigos e seguidores vegetarianos nessa minha empreitada. Mas, claro, nem tudo são flores. Ouvi umas coisas bem peculiares. O básico da família tradicional carnívora brasileira, perguntando o que é que eu ia comer agora e como eu ia me sustentar em pé. Hahaha :P Me coloquei um pouco na pele dos meus amigos vegetarianos que passam a vida toda respondendo a típica pergunta “e nem peixe?”, ou então tendo que dizer “eu como tudo, só não como bicho”. Tem horas que a gente quer desenhar, né? Pois é.

Ouvi também algo tipo “Por tudo que você faz pelos animais, por seu discurso de proteção, acho que você já devia ser vegetariana.”. Pera. Para tudo. Então quer dizer que se não for pra ser vegetariana é melhor nem resgatar gato de rua, porque né? É contraditório demais. Gente, por favor. Não vou chegar aqui pra dizer que é radicalismo ou não, quem sou eu pra julgar isso. Mas não me digam que eu devia ser vegetariana por gostar de bicho. O caminho é longo, as esferas são outras, e por mais que os pontos se toquem em algum lugar, ainda é outro ambiente pra mim. PRA MIM, tá? Desculpa.

Bem, as descobertas, gastronômicas ou não, foram muitas. O que foi de comer eu postei aqui na tag #terrinhavege no meu Instagram, se quiserem dar uma olhada.

Aí vem a pergunta: e então? Quando acabou o mês? Bem, a real é que eu não tive vontade nenhuma de voltar a comer carne. Nenhuma MESMO. E eu resolvi respeitar o meu organismo. Não demorou muito mais de uma semana depois desse mês pra eu correr pro meu caranguejo preferido da cidade, apesar do medo de passar mal. Deu tudo certo, meu organismo recebe bem que só esse bicho. hahaha :P Também comi marisco, aratu… Mas quando me perguntavam eu brincava dizendo que era “ovo-lacto-caranguejiana” já que caranguejo era o único bicho que eu tava comendo mesmo.

Quando viajei por umas praias do Rio Grande do Norte e da Paraíba em janeiro eu me peguei numa sinuca. O lugar que a gente foi, que era no meio do mangue e a gente chegou de barco, ou seja, não era só pedir a conta e ir embora, tinha caranguejo e marisco no cardápio. Mas tudo com MUITO coentro. Tipo, MUITO nível que eu não conseguia catar e comer. Eu não suporto coentro, acho que quem me conhece um pouco sabe disso. Foi quando eu comi peixe pela primeira vez, desde setembro. E eu resolvi sair dessa nóia.

Não quero o título de vegetariana. Eu gosto de comer carne. Eu amo comer bode. Eu gosto de comer peixe. Eu amo comer linguiça. Sim sim, eu amo os animais, a natureza, detesto o sistema de “produção” pra ter carne no prato. Mas eu acredito na redução de danos e no equilíbrio entre o que é bom pra mim e bom pro meio. Eu não como bicho, mas nesse meio tempo já comi um pedaço de bode no mercado, comi linguiça de bode, fiz carne de panela pro boy e comi um pouco, comi peixe dia desses, inclusive sushi, e vou caminhando e cantando e seguindo a canção.

Ah, e não tenta o argumento de “porque comer hambúrguer se tem hambúrguer vegetariano?!”. Gente, não. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Não é substituto. Até porque se for com esse ideal é bem fácil de ficar altamente frustrado. Esses dias comi um cachorro quente vegetariano no Orgânico 22 que foi uma das melhores coisas que comi nos últimos tempos. Mas não é pra comparar com cachorro quente de salsicha com bicho. É outra coisa, outro sabor, outra experiência. Pode ser melhor ou pior, a depender do seu paladar, mas é outra coisa e eu sugiro não comparar. :)

No final desse mês vou fazer uma viagem e passar 20 dias conhecendo lugares que eu nunca fui, outros países e culturas. Eu, que sou apaixonada por gastronomia, vou me privar de descobrir esses sabores? Não vou. Inclusive, já estou começando a inserir peixe e frutos do mar de novo na minha dieta, pro corpo ir se acostumando. Porque vou desbravar os mariscos do Pacífico em breve. Mas as opções de alimentação para os dias de estrada? Todas marcadas como dieta vegetariana. E é isso.

Minha experiência sem comer bicho foi e está sendo maravilhosa. Estou aprendendo muito comigo, com os outros e com os ambientes. E também estou aprendendo a não me julgar e nem me rotular. Acho que quando perguntarem se eu sou vegetariana eu vou responder “sou geminiana com ascendente em capricórnio e lua em câncer, pode ser?”. :P

E pra finalizar, um meme que me representa por aí. :Pmeme vegano


carnaval não é bagunça


carnaval 2017 5Meu carnaval a cada ano que passa consegue ser mais especial. O carnaval de 2017 foi incrível pra mim, e cheio de coisas diferentes. Mesmo estando na mesma cidade, ouvindo as mesmas músicas, encontrando as mesmas pessoas, foi diferente. Primeiro, porque eu estou diferente. Não sou a mesma de ontem, quem dirá do carnaval passado. Segundo, porque vivi detalhes diferentes que fizeram dos meus dias super especiais.

carnaval 2017 6

Foto: Gabi Lobo

Fiz minhas fantasias! Não é ter a ideia e mandar fazer. Não é ter a ideia e comprar as coisas e juntar num look. Não é ter a ideia e customizar uma peça ou outra. EU FIZ AS FANTASIAS! E isso me deu um orgulho (e um trabalho!) tão grande! No sábado eu saí de arara, com minhas asas coloridas que eu fiz durante dias, usando um maiô que eu decorei com brilhos pedrinha por pedrinha, um penacho alto na cabeça que eu montei pensando: só perde essa arara de vista quem quiser! Até os brincos eu fiz. :) Estava me sentindo a pessoa mais linda das ladeiras. E quem vinha me elogiar eu dizia: TÔ DEMAIS, NÉ?! E segui batendo as asas e distribuindo sorriso das 11h da manhã no Trinca de Ás até depois do Homem da Meia Noite. Fui para blocos que eu nunca tinha ido, deixei de ir para blocos que eu vou há anos, fui pro show de Orquestra Contemporânea de Olinda e depois de Eddie com Karina Buhr e Isaar que nem esperava ir e foi incrível, encontrei e reencontrei pessoas amadas por onde passei. Oh jeito bom de começar o carnaval!

carnaval 2017Foto: Rafael Medeiros

bloco dos sujosNo domingo, o dia que geralmente eu tô passando mal por conta do dia longo do sábado, juntei minhas forças e fui prestigiar o bloco do boy com um aviso: use uma roupa que pode sujar. Então o look foi nada de mais. Um pedaço de chita que ganhei num presskit e virou uma saia e um top hehehe :P O Bloco dos Sujos não decepcionou. Depois da distribuição dos tradicionais pitulés, o percurso geriátrico evitando os maiores empurra-empurra das ladeiras foi massa. Depois de ser julgada por querer tomar um banho, fui suja mesmo pro já tradicional no meu roteiro: a festa do I Love Cafusú. Que festa arretada. Quanta dança, quanto sarro, quanto beijo, quanta gente querida.

carnaval 2017 2Foto: Bora Mago

pessoal da igreja Foto: Clara Gouvêa

vaca profana 2Foto: Antônio Leão vaca profana Foto: Iris Baccaro

A segunda era o dia mais esperado por mim. O dia de desfilar com blocos que ajudei a fundar, com blocos dos amigos, o dia de encarar Olinda de peito aberto e nu. O dia de mostrar que a união faz a força e juntar o Bloco Femmi Vaca Profana, Pessoal da Igreja, Bora Mago e O Sol Tá Massa num desfile único, regido por uma orquestra formada por 20 mulheres. O dia de me juntar a mais de 50, talvez 70 (será que 100?) mulheres com os peitos de fora gritando que MACHISTAS, FASCISTAS, NÃO PASSARÃO! Dançar vestida de glitter, com amigos e amigas fazendo um cordão de isolamento humano para nos preservar daqueles que não entendem o que significa MEU CORPO NÃO É UM CONVITE. Uma união não só de blocos, mas de pessoas que estão aqui para fazer uma revolução. Para cantar junto, para dar água, cerveja, batida, beijo, força, voz. Foi um dia épico, histórico. Feliz demais em ver tanta gente querida se juntar querendo fazer a diferença. Querendo mostrar que carnaval não é bagunça. É cultura, é política, é a vida da gente.

Neste dia eu não só desfilei com as meninas, mas tive a oportunidade de ouvir coisas que realmente fizeram a diferença na minha vida. Ouvi “Terrinha, eu aprendo muito com você.”, ouvi que “Você é uma mulher que eu respeito e que quando abre a boca eu faço questão de parar pra ouvir.”, ouvi que “A parte mais bonita foi quando você foi agradecer de um por um que estava no cordão, quando a gente que queria agradecer a vocês que estavam dentro dele.”, ouvi “Isso é importante pra mim, que como homem que errei demais, sei que posso aprender com meus erros e com vocês.”. Ouvi tanta coisa linda que nem sei contar. Foi, sem dúvidas, o dia mais do que emocionante e que vai ficar marcado na minha vida pra sempre. E ano que vem tem mais. E vai ter mais mulher. E vai ter mais homem. E vai ter mais gente, que é isso que importa. Vamos todos que juntos somos mais fortes. Depois disso, só um belo show de Otto no Pátio de São Pedro pra fechar o dia com chave de ouro. Que dia!

carnaval 2017 3Na terça-feira foi difícil pegar no tranco. Ainda absorvendo tudo que foi a segunda, foi dia de ir mais tarde pra Olinda e começar com um show de Academia da Berlinda pra acordar os músculos. Eu e minha roupa de pranta, com uma Catuaba Selvagem debaixo do braço, desfilamos pra cima e pra baixo. Foi muita pranta, viu? Fiz arranjo pra cabeça, brinco, arranjo para os braços, fiz o busto, a saia, e tome pranta. Costurei, colei, amarrei, enrolei e adorei o resultado. :) Não saí do tradicional vermelho e amarelo da terça,  apesar do objetivo do dia ser mesmo ir atrás do Eu Acho É Pouco, que é bom demais. Como eu não tinha visto no sábado, fiz questão de acompanhar o dragão com seu gigante FORA TEMER estampado. E teve gente gritando FORA TEMER o carnaval todo sim. E teve gente reclamando de quem gritava FORA TEMER sim. E tem que ter tudo isso. Porque a voz da gente também ecoa no carnaval. Não só nele, assim como não só no Facebook, não só no sofá, não só na internet. Mas também. Então, por isso, tome mais um: FORA TEMER!!!

O EAEP, tão tradicional, teve que mudar de rota por conta de um acidente com um caminhão. E até isso fez a diferença. Tudo nesse carnaval tava mesmo pra ter alguma mudança. Especialmente inesperadas mudanças. E foi lindo do jeito que foi. Foi especial do jeito que foi. Inesquecível do jeito que foi.

Carnaval não é bagunça. Carnaval é uma energia muito forte envolvida. Trocamos muita coisa nos encontros, nos beijos, nos abraços, nos discursos. A fantasia do meu ideal não é bagunça. E ano que vem tem mais coisa séria pra gente mostrar, fotografar, sorrir e chorar. Carnaval doismiledezessete, você foi foda. Obrigada. <3

P.S. Algumas fotos estão ruins porque foram tirados prints do celular assim que foram publicadas no Instagram, já que logo em seguida elas foram apagadas pela plataforma por conta da nudez. Então, quem tiver fotos legais dos blocos, manda pra mim! :D 


sobre se apaixonar aos 30


Mariano Peccinetti

Meus trinta anos vieram mesmo pra mudar um monte de coisa na minha vida. Engraçado isso, porque não acho que tem exatamente a ver com a idade. Mas desde o meu aniversário no ano passado, que eu sinto que as mudanças estão mesmo acontecendo. Há quem diga que é o retorno de Saturno, a mudança de signo, o meio do céu. Não sei bem o que é. Mas a verdade é que dentro (e fora) de mim as coisas estão acontecendo.

Eu nunca fiquei muito tempo solteira na minha vida. Sempre fui de emendar um relacionamento no outro, desde muito nova. Dois ou três meses entre um namoro e outro, entre um casamento e outro. Sim, sou mesmo namoradeira. :P E, como tudo na vida, vamos aprendendo com os erros e acertos de cada momento, de cada pessoa, de cada fase da vida. E construindo novos relacionamentos com um alicerce cada vez mais firme.

Pouco tempo depois de fazer 30 anos, terminei um namoro de 3 anos e pensei: vou ficar solteira dessa vez. Não pela esbórnia da solteirice, que mal sei praticar (mentira), mas porque sentia que precisava de um momento mais sozinha, mais meu, mais eu. Eu tendo a me dedicar muito aos relacionamentos e às pessoas com quem me envolvo, e isso demanda muita energia de mim. Senti que precisava de um momento só comigo mesma.

Mas não interessa o que a gente quer, ou pensa que quer, ou queria querer. As coisas acontecem. Tem super lua em áries que acontece. Tem pessoas que aparecem e acontecem. E quando a gente vê, aconteceu. Mas é engraçado se apaixonar aos 30. Pelo menos pra mim, na minha vida e nos meus 30. É bem diferente. Especialmente porque eu não queria, não pensava, não esperava me apaixonar.

Se apaixonar aos 30 pra mim não teve aquela efusividade arrebatadora, não teve aquele frio na barriga, não teve aquela ansiedade. Não foi uma paixão desvairada. Teve um pouco de medo. “Será? Tão cedo? Tão rápido?”. Teve um pouco de dúvida. “Com ele? Será ele?” Mas teve a maturidade do deixar rolar. E eu que sempre achei que maturidade não rimava com paixão, vi que as coisas podem acontecer juntas. E que isso pode ser a chave da paixão aos 30.

É aquela paixão mais pé no chão do que cabeça nas nuvens, mas que entre isso ainda é tudo coração. É aquela paixão que vai se construindo, e não que simplesmente acontece de repente. É aquela paixão que se sente na falta ou no excesso da presença. É aquela paixão que faz planos e que faz acontecer também. É uma paixão presente. É encantadora. É linda. É firme.

Se apaixonar aos 30 tem uma magia diferente. Não é sobre ser melhor ou pior do que se apaixonar em outras épocas da vida. Não é menos intenso. Não é menos em nada. E posso dizer que é, sem dúvidas, uma das melhores coisas que aconteceram nesse meu tempo de mudança. Porque se apaixonar aos 30 é se redescobrir em um monte de coisa. Na cabeça, no corpo e no coração. O amor, o namoro, a parceria, tudo que vem depois disso, é outra coisa. E são ótimas coisas, que só melhoram. Mas a paixão, essa paixão, é diferente e maravilhosa.

Então, mesmo que esse “aos 30” seja aos seus 20 ou seus 40, 50… Eu desejo que vocês se apaixonem aos 30. Especialmente se for por alguém que se faz espelho, e reflete de volta esse sentimento tão gostoso.

Um brinde à paixão aos 30. Saúde!

Arte: Mariano Peccinetti



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