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Todos os posts sobre mudança

o novo que vai além do ano novo


Eu nunca passei tanto tempo sem escrever. Sem postar aqui no blog, sem escrever nos meu mil e um bloquinhos e molesquines, sem escrever cartas para os queridos, bilhetes sequer. Eu nunca passei tanto tempo sem escrever e nunca repeti tantas vezes o quanto sentia falta disso. “Então porque tu não volta?”, algumas pessoas me perguntaram. E essa foi uma pergunta bem difícil de responder. Não é tão fácil, sabe? Não basta querer e dizer “pronto, agora vou sentar aqui e escrever.” É bem mais do que isso.

Pra mim, escrever por obrigação é uma coisa difícil. Talvez por isso eu não tenha rendido tão bem na minha carreira de redatora, apesar de ter me dado ótimos frutos profissionais. Inclusive, foi um dos motivos de ter criado esse blog. Pra escrever sem obrigação. Pra ter um espaço de escrita recreativa, por assim dizer. Por isso, nunca me cobrei pra escrever por aqui. Escrevia quando queria. Quando estava inspirada. Quando tinha vontade, tempo, instiga. E quando isso me faltava, não me cobrava. Sentia falta. Sinto, sinto muita falta. Mas não me cobro.

Por isso, estou pela primeira vez ausente durante meses. Meses. Quem diria. Esse blog querido, que eu alimento desde 2009 e que já passou comigo por tantas fases da vida, nunca esteve vazio por tanto tempo. Já foi mais pra decoração, faça você mesmo e chegou a me inspirar em uma possível pós em design de interiores. Já foi mais pra gastronomia, de cozinhar e de sair pra comer, e me colocou até na televisão. Já foi mais pra viagens, mais pra design, mais pra arte, mais pra fotografia. Já foi também mais sobre textos, desabafos, opinião, histórias, relatos. Já foi sobre o que se passa por dentro, por fora. Já foi sobre experiências de vida em vários pilares, diferentes relacionamentos, diferentes alegrias, diferentes tristezas. Mas uma coisa que esse blog sempre foi, foi ser sobre mim.

Olhando pra o que eu escrevo, vejo que eu só consigo escrever sobre mim. Sobre o que eu sinto, o que eu vivo, o que eu penso, o que eu passo. É difícil pra mim escrever sobre os outros, apenas sobre os fatos. Tanto que quando escrevo, escrevo quase que sem parar para respirar, para ler, para reler, para pensar. Vou escrevendo no ritmo que penso.

Escrever é um alento pra mim. E eu acho fantástico que o que eu escrevo alcance o coração de outras pessoas. E essas pessoas dizem o quanto gostam do que eu compartilho, e isso me deixa feliz. Um belo ciclo, eu diria. Porque eu gosto de compartilhar o que penso, o que sinto. Há quem diga que eu me exponho demais. E eu tenho que concordar. Talvez até por isso eu tenha me afastado um pouco da escrita nos últimos tempos. Eu tenho mostrado menos. E tenho visto com muito mais responsabilidade cada palavra que é proferida.

O final de 2016 e o começo de 2017 tem sido um período de transição muito importante na minha vida, e olhar pra tudo que está acontecendo e as coisas que estão mudando me fez refletir sobre o porquê de estar escrevendo menos. E também porque estou novamente querendo escrever mais. Eu tenho olhado mais pra dentro do que pra fora. Tenho lido mais e escrito menos. Tenho cozinhado mais e comido menos. Tenho viajado mais e fotografado menos. Tenho planejado menos e realizado mais. Tenho conversado mais, ouvido mais, aprendido mais. Tenho brigado menos, me desgastado menos, tem doído menos, sabe. Tem sido mais leve.

Talvez por essas mudanças, algo que sempre existiu em toda minha vida como ferramenta, como arma, como escudo, como muleta, como fuga, como partida e como destino, tenha pela primeira vez saído um pouco de cena. Minha escrita. E pensar que eu não estar escrevendo não é por falta de vontade, mas por estar direcionando minha energia para coisas que eu nunca experienciei antes, me conforta. Não é por falta de inspiração, não é por falta de tempo, não é por falta de nada. É por ter. É por movimento. É a vida em movimento me levando para caminhos novos e leves. Que sorte a minha.

Então, quando algo mudar na nossa vida e a gente não souber explicar o que é, quando parecer que estamos perdendo algo da nossa essência, quando a gente não entender o que se passa, é porque nem tudo consegue ser explicado. Nem tudo conseguimos falar. Nem tudo conseguimos escrever. Algumas coisas precisamos apenas viver. E então com o tempo vamos enxergar que para viver o novo, precisamos deixar algo para trás. Cada escolha é uma renúncia. E abrir mão de algo sem saber o que vamos conquistar na frente tem sido uma das coisas mais deliciosas que aprendi nos últimos tempos.

E nesse primeiro texto de 2017, eu venho desejar que vocês tenham medo. Que sintam frio na barriga. Que se questionem coisas sem resposta. Que sintam falta. Que sintam dúvida. E que sintam a leveza que a só a mudança de rota é capaz de trazer. Boa sorte. <3


tempos de mudança. de novo.


mudançamudançamudançamudançamudançamudançaSim, sim. Parece que foi ontem que eu me mudei da zona sul aqui pra zona norte, perto do trabalho. Que troquei as duas horas de trânsito pelos 50 passos e pela qualidade de vida de almoçar em casa. Mas tão rápido quanto passou esse 1 ano que morei aqui do lado da agência, foi o tempo que eu tive pra sair do apartamento. Pois é. Com o final do contrato o proprietário fez um aumento abusivo de preço que praticamente me expulsou de lá, e em duas semanas eu e Manoel tivemos que encontrar um apartamento, agilizar os documentos e realizar a mudança. Sim, foi tudo muito rápido.

Foi quando tivemos a oportunidade de ver o boom imobiliário que Recife sofreu. E quando eu achava que por ter mais apartamentos, tudo poderia estar mais barato… Doce ilusão. Em 2013 parece que tudo está mais caro do que merece ser. Apartamentos velhos, pequenos e feios com preços abusivos. Além da correria, foi um verdadeiro trabalho de garimpo.

Garimpamos os jornais, ligamos pra uma média de 30 a 40 números por dia, andamos por todas as ruas da zona norte do Recife e, aos 45 do segundo tempo, encontramos duas opções. Andamos até o final com as duas e depois de correr, cansar, se desesperar e achar que tudo ia dar errado, ainda tivemos o luxo de pode escolher. E escolhemos. :)

Pegamos a chave do apartamento na sexta-feira e nos mudamos no sábado. Sim, foi tudo em cima da hora, mas deu tudo certo, como Manoel sempre disse que daria mesmo em meio aos meus ataque histéricos de desespero. E agora somos moradores de Casa Amarela. :D

Quem fez a nossa mudança foi Manoel com mais 4 amigos num caminhão emprestado. Ainda bem que não choveu, porque era um caminhãozinho pequeno, desses abertos, sabe? Mas tenho que dizer que foi uma experiência 1000x melhor do que a que eu tive da outra vez, pagando mais de 700 conto pra um bando de incompetentes oportunistas. Dessa vez demos duas viagens com o caminhão e pronto. Em 5 horas tudo estava dentro da nossa nova casa, sem maiores transtornos. E nem acabamos com a grade de cerveja que compramos pra ser o combustível. :)

Agora nós moramos um pouco mais distante do meu trabalho, um pouco mais perto do dele. Mas com certeza seremos muito mais felizes. Eu acredito muito na energia das pessoas e dos lugares, sabe? E essa foi a maior mudança. Parece que no outro prédio todo mundo era frio, chato, briguento. Era um clima meio pesado e as coisas pareciam não dar muito certo por lá. Mas ao chegar nesse prédio deu pra sentir a diferença. As pessoas sorriem, são simpáticas, contam histórias. Até Chica já fez um amigo. Sim, sim. Tem um Westie lindo e pimpão que mora no apartamento da frente. Ele já foi lá em casa, se conheceram e tudo mais. Os pais dele são super legais e parece que temos tudo pra sermos uma família feliz por lá. :D

Agora é terminar de desbravar a selva de caixas, conseguir se organizar e abrir as portas pra receber a família, os amigos e também pra tirar umas fotos e trazer pra cá. Porque até agora é só isso que eu tenho pra mostrar hahaha :P Caixas, bagunça, Chica na varanda, sofá sendo montado e a vista cheia de verde. Então se eu sumir (ainda mais) do blog por uns tempos, é isso. Tempos de mudança. :)

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sou fera, fogão novo e a velha gororoba


gororobaMorar sozinha me fez descobrir várias coisas sobre a minha pessoa. Várias mesmo. E as vezes eu me surpreendo comigo mesma hahaha :P Eu posso parecer uma besta falando, mas ontem eu tive tanto orgulhinho de mim. Eu já devo ter dito por aqui o quanto eu prefiro fazer as coisas com as minhas próprias mãos do que ter que pedir pra alguém. Sou dessas que carrega todas as sacolas do supermercado, que troca o botijão de água e tenta até o último momento alcançar uma peça lá em cima antes de pedir ajuda pra alguém mais alto. Sabe como é? Pois é, sou dessas.

Com a minha mudança eu vi o quanto eu consigo dar conta das coisas que eu achava que nem um batalhão inteiro daria. Foi nesse apartamento novo que eu fiz meus primeiros furos com a furadeira e me senti um máximo. Tudo aquilo de ver o tamanho da broca com o tamanho da bucha e do parafuso. Eu sei gente, é besteira. Mas tá dando pra entender o mundo novo de capacidades que eu estava descobrindo em mim? :) E quando eu instalei sozinha meu home theater? Fiquei me achando. E assim, com esses pequenos gestos de independência eu ia dando doses de autoestima e “yes, I can” na minha veia.

E ontem, poxa, foi o melhor até agora. A maior dose e que proporcionou o maior prazer :D Eu estava super triste porque o pessoal da mudança tinha quebrado o meu fogão, e desde fevereiro que eu estava sem forno e só com três bocas do fogão pra cozinhar. Gente, sem forno é uma barra, viu? Meu leque de receitas diminui tanto. E como eu não tenho microondas, o simples ato de esquentar uma comida era trabalhoso e chato. Então na visita de papai adivinhem, ele me deu um fogão de presente!! Hahay! O melhor presente dos últimos tempos :D

O fogão chegou na sexta-feira bem na hora do almoço. Eu já tinha marcado de sair na sexta, no sábado eu também já tinha marcado de resolver mil coisas e, na sequência, ir para a casa de Delga (sim, esse do post anterior), pra passar o fim de semana comendo, bebendo e rindo com o amor e os melhores amigos do mundo. Ou seja, tadinho do fogão. No domingo foi voltar meio de ressaca e totalmente mazelada, ver meu time empatar no zero a zero e ficar verminando no sofá. Sem um pingo de coragem de arrumar a mesa, quanto mais de fazer qualquer coisa com meu fogão novinho.

Eis que na terça-feira eu decidi: não vou para a academia na hora do almoço, vou instalar o meu fogão. Alguns amigos disseram: na boa? Chame um técnico… Pode ficar vazando gás, o fogão é pesado, isso, aquilo. Mas eu fui pra casa, sozinha e decidida a trocar aquele danado. Desinstalei o meu antigo tentando ver exatamente como estava ligado, pra não ter erro. Então comecei a destruir indelicadamente a embalagem, rasgando plástico, tirando isopor, daquele jeito. Foi quando eu passei pela fase mais difícil. Tirar o danado do fogão de cima do isopor que protegia a parte de baixo. Pensei cá comigo “bem que disseram que ele é pesado…”. Mas com minha malemolência de MacGyver (ou não), cortei um pedaço do isopor com a faca e fiz o fogão ir dançando de um lado pro outro até sair. Rá! Consegui \o/

Então começou a parte técnica da coisa. Depois de tirar todas as proteções do fogão e lavar como mandam as instruções, fui fazer a instalação do gás. Munida da minha caixa de ferramentas (Pereirão feelings) coloquei a mangueira do gás no bico do fogão, arrumei a borrachinha, apertei, apertei, apertei. Liguei o gás (ui) e fui ver se estava vazando. Coloquei lá a espuminha de detergente e nada. Tudo parecia estar dentro dos conformes. Liguei a tomada e… tan dan! Não funcionou. Nadinha. Nenhuma chama. Tentei com o fósforo e fuen. Nadica de nada. Nem vazamento, nem gás nas bocas. Foi quando veio a voz do meu amor na cabeça “se tu quiser eu te ajudo, linda”. Eu devia ter ouvido.

Mas já estava lá, né? Tinha que ver como resolver. Desliga o gás. Afrouxa, afrouxa, afrouxa. Tira a mangueira. Foi quando eu pensei que podia ser a borrachinha, que (sabe-se lá porque) devia ficar mais pra cima. Sobe a borrachinha quebrando as unhas do dedão e ficando com a mão toda preta. Tudo bem. Hora de testar de novo. Coloca a mangueira. Aperta, aperta, aperta. Liga o gás. Vê se está vazando. Tudo ok? Liga na tomada. Vamos testar. Tan dan! FUNCIONOU! Rá! EPIC WIN!

Todas as bocas com lindas e flamejantes chamas. E o forno? Funcionando lindamente. Gente, eu sei que é uma besteira e que eu estou narrando como se estivesse vencendo uma batalha. Mas pra mim foi, tá? De verdade. Instalar o fogão sozinha, conseguir achar o erro, fazer funcionar e nada de vazamentos. Fiquei me achando foda hahaha :P Dei uns pulinhos, uns gritinhos e, claro, fui testar pra valer, afinal, era hora do almoço, né? Considerando que eu tinha perdido coisa de 1h30 nesse processo todo, pouco me restava para fazer comida e comer, mas era uma questão de honra :P

E se você leu meu blá blá blá até aqui, posso adiantar que a receita nem é nada de mais. Não é a coisa mais gostosa do mundo mas é, sem dúvidas, uma das mais práticas. Joguei no vapor um bocado de brócolis e cenourinhas congeladas e coloquei a água do macarrão pra ferver. Enquanto isso, ralei uma cebola e refoguei no azeite junto com um pouco de alho. Aí juntei o leite e temperei com sal, pimenta e fiquei triste por não ter noz moscada. Coloquei uma boa colher de requeijão e pronto. Nesse meio tempo os legumes já estavam bons e eu joguei nesse creme/molho. Coloquei ainda um pouco de ervilha em conserva e pronto. O macarrão, um fettuccine integral delícia, já estava no ponto e pronto. Foi misturar tudo numa gororoba só.

Lembram que eu disse que desde fevereiro estava sem forno? Pois é. Não ia perder a oportunidade, né? Então joguei tudo numa assadeira, povilhei parmesão ralado e, finalmente, forno. Foi o tempo de tomar um banho, afinal, eu suei e me sujei devido aos trabalhos manuais e técnicos hahaha Aí foi sair do banho e me deliciar com essa gororoba que tinha um gostinho especial de vitória.

E sim, eu vou contar pra todo mundo que instalei meu fogão sozinha. Pra sempre. Rá! :P


dias de mudança: o grande dia


E depois de caixas e mais caixas fechadas, eis que chega o grande dia da mudança. Claro que foi num sábado, porque eu não ia faltar o trabalho pra me mudar, né. Então acompanhem. Foi um final de semana antes do carnaval, ou seja, durante as prévias. Nem preciso dizer que no dia anterior eu cheguei em casa de manhã cedo, né. Vinda do I Love Cafusú, toda trabalhada no brilho e na piriguetagem, dormi as 3 horas que cabiam no cronograma e acordei acabada de ressaca cheia de disposição para continuar arrumando o que faltava.

Claro que a semana inteira de noites em claro não foi suficiente para terminar a arrumação, e tudo continuou no dia da mudança. O pessoal da empresa de mudança chegou com uma hora de atraso, às 11h, e cheios de pressa pra arrumar tudo. Foram levando as caixas que já estavam fechadas e também foram desmontando algumas coisas. Não perguntavam nada, só iam jogando as coisas e levando. Uma dica boa é ficar de olho sempre. Tive sorte de estar acompanhada por uma pessoa massa (eu disse que era pra aceitar ajuda, lembra?) e que percebeu que a galera tinha que ser acompanhada de perto. Gente, mulher sozinha nessas horas é uma merda. Lidar com mão de obra não é fácil e você não é tão respeitada quanto vocês pensam. Então se você tá sozinha nessa, feito eu, arrume um homem para marcar presença no dia da mudança. Acredite, pode parecer uma coisa machista e idiota, mas fez toda a diferença.

Eu estava cansada, acabada e super, super feliz desse dia ter chegado. Então nada mais justo do que ir organizando as coisas, brindando umas cervejinhas e comendo uns petisquetes, né? A mudança seguiu quase que em clima de festa durante a maior parte do tempo. Eis que as coisas parecem começar a andar devagar demais. Na minha cabeça tava tudo indo bem, afinal, eu fiz a escolha da mudança por contrato, e não por hora. Mesmo que por contrato a gente precise pagar as horas extras, se passar, eu não achava que podia demorar mais do que as 8 horas que ficaram acertadas. Então foi descer, ver se a galera tava trabalhando alguma coisa no caminhão e, aparentemente, as coisas pareciam andar.

Mas as horas foram passando, o cansaço acumulado das noites e da festa foi batendo, a paciência foi indo pro saco e eu comecei a ficar ligeiramente estressada com a demora que as coisas estavam acontecendo. Foi um tal de desmonta isso, desmonta aquilo, tira porta, bota porta e demora, demora, demora. Pra resumir a história, estávamos saindo lá de casa quase no final do prazo de tempo do contrato, ou seja, me lasquei. Mas o discurso era: o mais demorado é tirar, pra subir as coisas é mais rápido. Rá. Faz-me rir.

Chegando no meu novo prédio, quase 20km depois, chega o caminhão e, junto com ele, a notícia do porteiro: senhora, não estou autorizado a receber mudança agora não. O horário para fazer isso é até às 14h. Oi? Como é, moço? Então já cheguei no prédio arrumando confusão. Que tristeza. Dado meu estado de cansaço e estresse, disse que não tinha o que fazer, que eu ia entrar com a minha mudança de todo jeito. Que eu não tinha como voltar com isso e que se eu não subisse eu não ia ter onde dormir, onde ficar, fiz cara de choro misturado com cara de vá tomar no cú e no final, consegui. Tirando o síndico me ligando dizendo que eu tinha meia hora pra colocar toda a minha mudança pra dentro do prédio, porque o portão não podia ficar aberto, a mudança foi acontecendo. Então fica a dica, gente. Procurem saber de horários do seu prédio de destino, porque podia ter dado uma merda grande pra mim.

E claro que a parte do “descarregar é mais rápido” não é de toda verdade, né. Mas eu já estava ficando satisfeita em jogar as caixas pra dentro de casa. Tudo que eu queria era ter a minha cama e o meu sofá montados pra ter onde me escorar depois desses dias punks. Aí fui acompanhando a subida das coisas e vi que arranharam a minha geladeira, rasgaram o forro do meu sofá e eu fui ficando preocupada em pensar: será que vão subir com todas as caixas? Será que vai ficar alguma coisa? Será que isso? Será que aquilo? A tensão estava foda.

E eis que a mudança termina 4 horas depois do previsto e eu me lasco pra pagar o adicional de horas. Mas eu também não tinha toda a grana pra pagar, afinal, eu não contava que minha mudança ia demorar mais de 12 horas pra acontecer. Então sobe o senhor da empresa, o mais mal encarado de todos, pra negociar comigo. Eu disse que não tinha mas que quando ele fosse ver o que aconteceu com a minha geladeira e arrumar o meu sofá, eu dava a diferença. Até hoje ele não me procurou. Não sei se por conta do carnaval, o que é uma grande possibilidade, ou se por qualquer outro motivo que meu pessimismo insiste em acreditar.

E eu que ia trabalhar em outra prévia no sábado e estava com ingresso na mão, terminei largando tudo pra ficar em casa. Já tinha perdido o horário do trabalho, da festa, de tudo. Me restava ficar de perna pra cima, curtindo a minha bagunça. Não sem antes ir no bar da esquina brindar uma cerveja e um caranguejo, afinal, eu estava merecendo.

Esse foi o resumo da saga do dia da mudança. E sabe aquele sentimento de “putz, não vai acabar nunca?” de quando a gente está arrumando as coisas? Depois de me mudar eu só conseguia pensar “porra, tá só começando…”. E é a mais pura verdade.

Tá só começando. Minha vida nova, meu endereço novo, minha casa nova. Tá tudo só começando. E eu tô feliz da vida. :D



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